Um grupo de pacientes que recebeu o medicamento durante o estudo relatou menos dor e melhor qualidade de vida. Segundo a pasta, entre aquelas que enfrentam infertilidade, os índices são ainda mais altos, variando de 30% a 60% – e entre as que convivem com dor pélvica, chega a 70%.
O QUE A ENDOMETRIOSE?
A endometriose causa uma modificação no funcionamento normal do organismo, onde as células do tecido que reveste o útero (endométrio) não são expulsas durante a menstruação, mas sim se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. Ainda não foram bem estabelecidas as causas da doença.
QUAIS OS SINTOMAS?
- Dor em forma de cólica durante o período menstrual, que pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento ao urinar e evacuar, especialmente durante a menstruação;
- Fadiga, diarreia;
- Dificuldade de engravidar.
DIAGNÓSTICO
O primeiro passo para o diagnóstico é realizar o exame ginecológico clínico, que pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem. Porém, a realização de biópsia é necessária para obter um diagnóstico de certeza.
A endometriose pode afetar qualquer órgão na cavidade abdominal ou na bacia. Nos ovários, pode levar ao desenvolvimento de um cisto conhecido como endometrioma, que pode ser de tamanho grande e prejudicar a capacidade de engravidar da mulher. Outros órgãos que podem ser afetados incluem parte do intestino grosso, a bexiga, o apêndice e a vagina.
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de uma em cada dez mulheres são afetadas pela endometriose durante sua vida. Não há cura conhecida e o tratamento visa principalmente controlar os sintomas, que geralmente envolve terapia hormonal, analgésicos ou cirurgia.
PRIMEIRO MEDICAMENTO PODE ESTAR A CAMINHO
No entanto, o jornal inglês The Economist relata que um ensaio clínico de um novo tratamento não hormonal e não cirúrgico para endometriose, iniciado na Escócia em 2023, está mostrando resultados promissores. De acordo com Andrew Horne, professor de ginecologia e ciências reprodutivas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, presidente eleito da Sociedade Mundial de Endometriose, que lidera o estudo, isso se baseou em exames detalhados sobre como as lesões de endometriose se formam.
O estudo descobriu que pacientes com endometriose peritoneal, que é a forma mais comum, tinham níveis mais altos de uma substância química chamada lactato na pelve. Os cientistas optaram por testar o dicloroacetato (DCA), que é usado para tratar certos distúrbios metabólicos em crianças.
Um ensaio com um grupo maior, incluindo um grupo controle, está em andamento. Se aprovado, o DCA será o primeiro novo tratamento para endometriose descoberto em quatro décadas. Apesar dos progressos, Dr. Horne enfatiza a necessidade de mais pesquisas para entender melhor a endometriose e melhorar o tratamento.
Fonte: Redação Terra e Ministério da Saúde