Pessoas trans, isto é, que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer, costumam buscar maneiras de adequar seus corpos e sua expressividade à sua identidade de gênero. Uma das maneiras de obter adequação corporal é por meio da hormonização.
A hormonização é um procedimento feito com uso de hormônios indicados por prescrição médica, cuja ação modifica aspectos corporais, os adequando à identidade de gênero do indivíduo. Entenda, a seguir, como homens e mulheres trans podem se beneficiar da hormonização.
COMO FUNCIONA A HORMONIZAÇÃO PARA PESSOAS TRANS?
Durante a hormonização, são utilizados medicamentos hormonais por via injetável, oral ou tópica, para repor substâncias como o estrogênio e os antiandrogênicos, no caso das travestis e das mulheres trans, e testosterona, no caso dos homens trans.
É fundamental que todo o processo de hormonização seja acompanhado por médicos especialistas, como o endocrinologista e o ginecologista.
PREPARAÇÃO DA HORMONIZAÇÃO PARA PESSOAS TRANS
A identidade de gênero é uma questão muito importante para pessoas trans, que veem na hormonização uma possibilidade de se enxergarem da forma que sempre desejaram. Por isso, a preparação para o tratamento deve ser, antes de tudo, multidisciplinar, com atenção cuidadosa a todos os detalhes que o norteiam.
O suporte psicológico visa preparar o indivíduo para o tratamento, não somente para que tenha consciência de suas possibilidades, riscos e resultados esperados de forma realista, mas para que consiga lidar da melhor forma possível com as mudanças de sua relação com o próprio corpo, a própria mente e a sociedade.
O acompanhamento médico prévio à hormonização é indispensável, uma vez que a análise da saúde geral do paciente é importante para determinar as dosagens, a frequência e outros aspectos do processo.
HORMONIZAÇÃO DE MULHERES TRANS
A hormonização de mulheres trans consiste na aplicação de hormônios para adequar o corpo às características consideradas femininas. Isso é feito por meio da reposição de hormônios como os estrógenos e os antiandrogênicos. Os agonistas do GnRH podem ser usados para inibir a puberdade de adolescentes trans, mas este tipo de hormonização só é realizado em protocolos de pesquisa.
Além do uso dos hormônios, o processo de adequação de gênero de mulheres trans pode também necessitar de tratamentos complementares, como para adequar a voz e, em alguns casos, caso haja necessidade, melhorar os resultados por meio da remoção dos testículos. Os resultados esperados são:
- Maior distribuição de gordura em regiões como os quadris;
- Atrofia dos tecidos e da próstata;
- Diminuição considerável do crescimento de pelos corporais;
- Aumento das glândulas mamárias.
HORMONIZAÇÃO EM HOMENS TRANS
A hormonização de homens trans tem foco na reposição de testosterona, hormônio responsável pela formação de características corporais masculinas. O hormônio é aplicado, na maioria das vezes, por via injetável ou gel.
Além do tratamento com hormônios, muitos optam por complementá-lo com outras intervenções, como a mastectomia masculinizadora, cirurgia que remove os seios. Os resultados esperados são:
- Mudanças na voz, que fica mais grave;
- Aumento da massa magra;
- Crescimento de pelos corporais e barba;
- Redução de volume das glândulas mamárias;
- Clitoromegalia (aumento do clitóris);
- Interrupção do sangramento menstrual.
QUANTO TEMPO DURA O TRATAMENTO?
O tempo de duração da hormonização depende de cada paciente, e deve ser avaliado em conjunto com o médico especialista. Mesmo assim, de forma geral, a maioria das pessoas conseguem ter resultados visíveis num período de 6 a 12 meses.
No entanto, é necessário hormonizar por toda a vida para manter os resultados. Se a interrupção for necessária por razões de saúde física, alguns caracteres adquiridos podem regredir, mas os procedimentos estéticos, como depilação a laser, ajudam nesses casos.
Fonte: Clínica Pluris