Luz azul é uma porção do que, na física, chamamos de espectro visível, um conjunto de cores que variam de acordo com a frequência das ondas eletromagnéticas. Hoje em dia, o termo é muito atribuído ao tipo de luz que é emitido pelas telas de equipamentos eletrônicos, como celulares, televisores e computadores.
Como gastamos cada vez mais horas em frente a essas telas, a preocupação com o assunto aumenta: afinal, a luz azul prejudica a visão? Precisamos controlar nossa exposição às telas?
QUAL O PROBLEMA COM A LUZ AZUL DAS TELAS?
A luz azul por si só não é um problema, e sim o contexto em que ela é utilizada. Antes da era da informática, não era comum uma pessoa ficar horas com a visão direcionada para um único lugar, com plena atenção e uma distância curta.
É o que ocorre com quem trabalha em frente a um computador, ou com quem passa horas assistindo vídeos, navegando nas redes sociais e conversando com os amigos pelo celular. Um dos problemas é que costumamos fixar o olhar nas telas e acabamos piscando menos que o normal para não perder a atenção. Isso prejudica o processo de distribuição da lágrima na superfície ocular, que lubrifica o olho e evita o seu ressecamento.
As possíveis consequências desse tipo de exposição à luz azul das telas são:
- Sensação de secura no olho;
- Ardência e coceira;
- Fadiga ocular;
- Lacrimejamento excessivo para compensar o ressecamento;
- Imagens borradas ou mal definidas;
- Dor de cabeça.
Outro ponto de atenção é em relação ao fato de que, com as telas, usamos muito a visão para perto e pouco a visão à distância. Se o hábito de fixar o olhar nas telas for estendido até a hora de dormir, isso pode prejudicar a capacidade de pegar no sono (gerando insônia) e a sua qualidade. Afinal, a exposição direta à luz azul suprime a produção da melatonina, hormônio regulador do sono.
A longo prazo, de acordo com a oftalmologista Mônica Cunha Signorelli, os maus hábitos podem levar a problemas ainda maiores.
Podemos ter catarata e desenvolvimento de lesões na superfície ocular. A exposição crônica também danifica os tecidos retinianos, o local onde a gente recebe a imagem, alerta a médica.
DICAS PARA EVITAR QUE AS TELAS PREJUDIQUE SUA SAÚDE OCULAR
Como muitos de nós precisam do contato com as telas para trabalhar ou estudar, não é viável eliminar a luz azul de nossas vidas. Em vez disso, recomendamos alguns hábitos e práticas que podem ajudar na qualidade da sua saúde ocular e que reduzem os malefícios que a exposição frequente à luz dos equipamentos eletrônicos pode causar. Veja:
- Fazer pausas: descansar a visão, dedicando pelo menos 15 minutos livres de telas a cada hora de trabalho;
- Piscar: é um ato que costumamos fazer involuntariamente, mas você pode se lembrar de piscar de maneira voluntária, para lubrificar a superfície ocular;
- Atenção à umidade: o ar seco pode aumentar o ressecamento dos olhos. Para evitar esse problema, use umidificador ou deixe uma toalha molhada no ambiente;
- Use lubrificantes ou lágrimas artificiais: desde que esses produtos não contenham substâncias vasoconstritoras.
Para saber sobre outras medidas e verificar se há a necessidade de usar lentes, consulte um oftalmologista.